UMA REFLEXÃO:
Há uns 70 dias, mais ou menos isso, conheci o Ricardo Santos no Hospital
do Câncer em São Paulo, estava no corredor aguardando as enfermeiras nos
procedimentos de praxe – curativos,
troca de medicação, etc, assistidos a minha esposa Sandra – foi quando nós
passamos a falar sobre vários temas do cotidiano dessa nossa vida - espiritualidade,
escritos, escritores e até política - fiquei
satisfeito em conhecer o Ricardo, estava diante de um uma pessoa de
magnífica capacidade intelectual e bem conhecedora do que fala, gostei, trocamos
e-mails, facebook e tornamo-nos amigos o que é um orgulho para mim. Hoje ao
visitar seu blog > http://vozdiscordante.blogspot.com.br li alguns significativos escritos, dentre
eles este que a seguir peço permissão para reproduzir, uma vez que se trata de
um relato emocionante e nos traz uma reflexão de vida, e agora também lembro de
que naquela ocasião eu presenciei vários casos de resignação nessa nossa
efêmera passagem por essa baixa terra.
Caro RICARDO, você é um grande ser humano, seu trabalho voluntário de
levar conforto espiritual aos necessitados, é de grande valia além de digno do
meu aplauso. Por isso quero compartilhar nessa minha pagina do Facebook EM SUA HOMENAGEM, pelo seu exemplo pratico de
fraternidade, você é um homem de Deus e pratica a verdadeira mensagem de Jesus.
OBRIGADO AMIGO, ABRAÇOS FRATERNOS.
Valmon Lopes Pinto
SP/Capital, 04/07/13
==================== veja a seguir =============================
Por Ricardo Santos,
Conheci
João Alfredo, de 78 anos, no hospital do câncer. Ao passar pelo corredor,
acenou para mim. Fui ao seu leito. Em silêncio, fiquei a observá-lo. Estava no
isolamento com infecção generalizada. Macérrimo, o sangue brotava de seu corpo
esquálido feito vulcão de lama. Não havia mais o que fazer. A medicina se
mostrava impotente ante seu quadro clínico. Eram seus minutos finais.
Ao seu
lado, pude perceber que era uma pessoa muito alegre e divertida. Falava com
muita dificuldade. Sua dor e sofrimento eram enormes. Não o vi reclamar da
vida, de Deus e da doença. Ele sabia que aqueles minutos eram derradeiros. Sua
maior vontade era rever os filhos e a esposa. Eles o abandonaram e não queriam
saber dele. Por sua vez, já não tinha forças suficientes para lutar pela sua
vida. Ainda assim, mostrava-se resignado. Digno.
Conversamos
alguns minutos e confesso que aprendi muito. Falava com uma humildade ímpar.
Fiquei muito emocionado. Era como se fôssemos velhos amigos. Nele não havia
vaidade, orgulho, inveja, ganância e o velho egoísmo humano. Aos meus olhos,
parecia que não estava neste mundo. Seus olhos mostravam isso. Além disso,
mostrou-se dono de uma fé enorme. Maior que uma montanha. Por fim, disse:
''quero voltar a ser uma criança saudável, alegre e feliz que sempre fui''.
Gente!
Como é triste ser abandonado num hospital. Feito cachorro jogado na rua.
Finalmente, sua mão caiu para o lado. João Alfredo partiu. Ali, percebi o
quanto a vida é breve e que vale a pena, realmente, ser vivida da melhor
maneira possível. O fato é que, quase sempre, nos esquecemos disso. Outra
coisa: ele confidenciou que a doença o ensinou a ter fé em Deus, ter paciência,
ter esperança e viver um dia por vez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário